Marília de
Dirceu – Uma
das obras de Tomás Antônio Gonzaga
que é a obra poética mais importante do século XVIII brasileiro e é também uma
das mais expressivas do Neo-classicismo em língua portuguesa.Duas tendências
coexistem nas obras de Gonzaga,a exemplo do que observamos na obra de Manuel Maria Barbosa du Bocage.A
contenção e o equilíbrio neoclássicos,com a utilização de todos os tipos de
lugares-comuns,o emocionalismo pré-romântico,na expressão pungente de crise
amorosa e posteriormente à prisão,da cries existencial do poeta.O sujeito
lírico é o pastor Dirceu,que confessa seu amor pela pastora Marília.Eis a
convenção neoclássica realizada.Mas é evidente que nos pastores se projeta o
drama amoroso vivido por Gonzaga e Maria Dorotéia. A todo momento a emoção
rompe o véu de estilização arcádica, brotando,dessa tenção,uma poesia de alta
qualidade:
“Eu tenho um coração maior
que o mundo,
tu,formosa Marília,bem o
sabes;
um coração,e basta,
onde tu mesma cabes.”
A obra divide-se
em duas partes(há uma terceira,cuja autenticidade é contestada por alguns
críticos) – Contém os poemas
escritos na época anterior a prisão de Gonzaga.Nela predominam as composições
convencionais:o pastor Dirceu celebra a beleza de Marília em pequenas odes
anacreônticas.Em algumas liras,entretanto,as convenções mal disfarçam a
confissão amorosa do autor:a ansiedade de um quarentão apaixonado por uma
adolescente;a necessidade de mostrar que não é um qualquer e que merece sua
amada;os projetos de uma sossegada vida futura, rodeado de filhos e bem cuidado
por sua mulher etc;
A segunda parte é escrita na prisão da Ilha
das Cobras.Os poemas exprimem a solidão de Dirceu,saudoso de Marília.Nesta
parte encontramos a melhor poesia de Gonzaga.As convenções, embora ainda
presentes,não sustentam o equilíbrio neoclássico.O tom confessional e o pessimismo
previam o emocionalismo romântico.
Gonzaga,Tomás
Antônio – Nasceu em Porto,Portugal.em1744, e morreu em Moçambique,na
África,em1810.
Bacharel de Coimbra,em 1768,exerceu a
magistratura em Beja, para,em 1782,transferir-se para o Brasil,como ouvidor em
Vila-Rica.Apaixonou-se e tornou-se noivo de uma jovem da sociedade local,Maria
Dorotéia Joaquina de Seixes,que contava 16 anos,e que era sua musa,a Marília de
suas liras.Em 1786foi nomeado desembargador Cunha Menezes,cujos desmandos foram
por ele satirizados em versos.Acusado de participar da Inconfidência Mineira,foi
preso e remetido para a fortaleza da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro,onde
sofreu todo o período da devassa,até ser condenado,em 1792,a desterro de dez
anos em Moçambique.
Os poemas que compôs na prisão,porém,muitas
vezes refletem ora o desânimo ora a revolta:
“Estou no Inferno,estou Marília bela;
E numa causa só é mais
humana.
A minha dura estrela:
Uns não modem mover do
Inferno os passos.
Eu pretendo voar e voar
cedo.
Á glória de teus braços.”
A poesia de
Gonzaga é típica do Arcadismo,com
tendências para o bucolismo,os fingimentos pastoris,as alusões mitológicas a
tendência descritiva de situações,e objetivismo.
*Artigo
enciclopédico.
Gonzaga,Tomás Antônio(1744-1810)
Poeta nascido em
Portugal,veio ao Brasil ainda criança com seu pai.Formou-se em Direito na
Universidade de Coimbra,trabalhou como magistrado e voltou ao Brasil
trabalhando como ouvidor em Vila-Rica.
Não satisfeito com o governador da época,o
denunciou à rainha por suas cobranças exageradas e indevidas e sua má
administra-ção.
Foi exilado,e na prisão,criou poemas
satíricos sobre o governador e poemas árcades,envolvendo sua amada,Marília de
Dirceu.
Escrito
por Carine Salomão,Gabriel Chermount, Laís Brotto,Licyane Silva e Thamyres
Moreira.Contribuição Patrick Moreira.
Bibliografia
- Enciclopédia Barsa – Enciclopédia Britânica
Editores.
Volume:7
Geologia – Infantis
Doenças
Livro Novas Palavras
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